quinta-feira, 16 de agosto de 2012




Sofrimento

            O sofrimento pode ser o caminho através do qual chegamos às nossas verdades. A estrada pela qual chegamos à maturidade atravessa, necessariamente, a escuridão e a solidão. A escuridão, porque sofrer implica perder as referências, desdenhar das explicações, questionar os clichês e aventurar perguntas.                                        
                A escuridão é o momento quando não caminhamos porque vemos, mas porque intuímos, recordamos e temos fé. Intuímos o rumo certo pelo tanto que já caminhamos, recordamos as experiências aprendidas em momentos semelhantes no passado e andamos por fé, que supera as trevas, prescinde de explicações e transcende as certezas.
             A solidão é imprescindível na trilha do sofrimento. A dor pode ser compartilhada, mas jamais transferida. Pode ser percebida, mas não capturada. Pode até ser escondida, mas nunca suprimida. Quem sofre, sofre sempre em solidão. Não necessariamente porque lhe falta boa e providencial companhia, mas porque todo sofrimento pessoal, em sua dimensão mais profunda e essencial, é intransferível. O sofrimento tem sua realidade particular, e não pode ser diferente: cada um sofre por uma razão, é vitimado em áreas distintas, por motivos diversos e com respostas as mais variadas, num dégradé de resiliência (é um conceito psicológico emprestado da física, definido como a capacidade de o indivíduo lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas - choque, estresse etc .)que vai da meninice do chororô ao heroísmo quase estoico (Diz-se de, ou aquele que é impassível ante a dor e a adversidade), incluído entre os tons das cores a grandeza da fé, resignada e esperançosa, e por isso engajada e mobilizadora.
                O sofrimento desperta para o ético e o estético. Convoca virtudes adormecidas a que subam ao palco: coragem, perseverança, paciência, honradez, respeito à vida. Possibilita o lapidar do caráter, apara arestas, harmoniza as formas, faz irromper a beleza escondida na frieza do coração. O sofrimento quebranta orgulhosos, vaidosos e prepotentes, faz desmoronar intransigentes, legalistas e moralistas. Como o martelo do escultor, retira os excessos da pedra e dá à luz o belo, o sublime, o deslumbrante.
                Quem sofre descobre seus limites identificam verdadeiras amizades, vislumbra novos horizontes, abre a mente para novas verdades e o coração para novos amores. O sofrimento produz compaixão, evoca misericórdia, gera solidariedade. O sofrimento cria caminhos para arrependimentos e confissões, subverte juízos e sentenças, possibilita aproximações e reconciliações.
                  O sofrimento coloca homens, mulheres, velhos e crianças, de joelhos. Faz com que os olhos procurem os céus. Dilata a alma para o mistério, conclama o espírito para o inefável, inspira poesias e canções, faz surgir nos lábios o perfeito louvor. Quem sofre aprende a perdoar e pedir perdão. Ganha a oportunidade de colocar o rosto no chão, em clamor e oração. O sofredor jamais chora em vão. Deus habita também a sombra e a escuridão.
                 O sofrimento é o ônus do viver, o custo do amor, a paga pelo crescimento, o preço da maturidade. Viver é muito perigoso, já dizia Guimarães. Amar é muito precioso. Crescer é muito doloroso.      Amadurecer é muito custoso. Crer é coisa de teimoso. O sofrimento diminui o poder da morte, dissolve a crueldade da indiferença, envergonha a pequenez da alma, desmascara o mundo de mentirinha da ingênua infância, quebra a maldição da incredulidade.   Aceitar a realidade e inevitabilidade do sofrimento é escolher a vida, decidir amar, optar pela plenitude, apostar na fé.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012





Vivendo na Dependência de Deus
 
                Deus leva-nos a viver na sua dependência, através das provas e desertos espirituais, para aprendermos a confiar e a crescer mais nele e assim o conhecermos melhor.
                Muitas vezes os cristãos não estão preparados para o deserto, porque pensam que os problemas acabam no dia que aceitam Jesus, e por isso quando são testados não entendem que precisam aprender a lição da dependência de Deus, para poderem crescer espiritualmente.
Quando o povo de Israel estava no Egito, Deus viu o clamor e o sofrimento deles e preparou a sua saída.
                Deus quis tirar o povo da escravidão.
                Ainda hoje, o deserto costuma ser um lugar de passagem para todo o filho de Deus, onde o Senhor nos ensina verdades que nos capacitam para a nossa vida cristã em todos os níveis.
                Quando o povo saiu do Egito, o Senhor ia diante deles. 

“E o Senhor ía diante deles, de dia numa coluna de nuvem, para os guiar e de noite numa coluna de fogo, para os alumiar, para que caminhassem de dia e de noite. Nunca tirou de diante da face do povo a coluna de nuvem de dia, nem a coluna de fogo de noite”.
Êxodo 13:21,22.

                Deus quis que o seu povo ficasse totalmente dependente dele para fortalecer a sua confiança.
                O povo tinha visto o que o Senhor havia feito para levá-los até ali, mas quando olharam e viram Faraó no seu encalce o temor fez com que esquecessem o quão Deus é grande.
“Quando Faraó se aproximava, os filhos de Israel levantaram os olhos, e eis que os egípcios marchavam atrás deles; pelo que tiveram muito medo os filhos de Israel e clamaram ao Senhor:
 e disseram a Moisés: Foi porque não havia sepulcros no Egito que de lá nos tiraste para morrermos neste deserto? Por que nos fizeste isto, tirando-nos do Egito?
 Não é isto o que te dissemos no Egito: Deixa-nos, que sirvamos aos egípcios? Pois melhor nos fora servir aos egípcios, do que morrermos no deserto.
 Moisés, porém, disse ao povo: Não temais; estai quietos, e vede o livramento do Senhor, que ele hoje vos fará; porque aos egípcios que hoje vistes, nunca mais tornareis a ver;
 o Senhor pelejará por vós; e vós vos calareis.
 Então disse o Senhor a Moisés: Por que clamas a mim? dize aos filhos de Israel que marchem.
 E tu, levanta a tua vara, e estende a mão sobre o mar e fende-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco.”
Êxodo 14:10-16.
               
                Deus, no entanto queria ensinar-lhes a lição da dependência. Mar à frente –
Faraó atrás
Dependiam de Deus para comer, beber, vestir, calçar – Total dependência.
No deserto não há nada. Deus queria fazê-los crescer espiritualmente.

“E te lembrarás de todo o caminho pelo qual o Senhor teu Deus tem te conduzido durante estes quarenta anos no deserto, a fim de te humilhar e te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias ou não os seus mandamentos.
Sim, ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que nem tu nem teus pais conhecíeis; para te dar a entender que o homem não vive só de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor, disso vive o homem.
Não se envelheceram as tuas vestes sobre ti, nem se inchou o teu pé, nestes quarenta anos.”
Deuteronômio 8.2-4
               
                Deus queria que eles próprios se conhecessem.
                A dependência de Deus tem como objetivo tornar-nos fortes. Quando estamos no deserto somos provados, para sermos aprovados. Quando estamos sendo provados temos de desenvolver atitudes que nos vão fazer sair aprovados e vitoriosos sobre todas as provas.
                Seremos vencedores com a confiança e confissão das verdades da Palavra de
Deus para a nossa situação.
                Seremos vencedores

Posso todas as coisas naquele que me fortalece.”
Filipenses 4:13
               
                Sei estar abatido e sei também ter abundância, em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome, tanto a ter abundância, como a padecer necessidade. 
                Posso todas as coisas, naquele que me fortalece.

 “ E disse-me a minha graça te basta, porque o meu poder se
aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade pois me gloriarei nas minhas
fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo”
2 Co.12:9
                Viver na dependência de Deus é: viver acima dos nossos limites, das nossas capacidades, das nossas forças de nós próprios.

 “E erguendo eles os olhos a ninguém viram senão unicamente Jesus”
Mateus 17:8
               
                Viver na dependência de Deus é não contares contigo, mas contares com Ele em ti e creres que podes todas as coisas, que terás toda a capacidade, que terás a força suficiente que és mais que vencedor naquele que te capacita que te fortalece que é tudo em ti. 

Deus vos abençoe.